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LIXO ELETRÔNICO



LIXO ELETRÔNICO
Por Rosangela Martins
O mundo está ficando pequeno para a quantidade de lixo eletrônico que está s e n d o p r o d u z i d o, principalmente, porque a sociedade está se desfazendo dos produtos eletrônicos com uma frequência cada vez maior. Como é o caso da funcionária pública de São Paulo, Priscila Fortuoso dos Santos, “mais ou menos de seis em seis meses troco de celular” afirmou.
Segundo o relatório “Reciclando – Do Lixo Eletrônico aos Recursos”, desenvolvido pela ONU, em 2010, o Brasil despontou como líder, entre os países em desenvolvimento, na geração de lixo eletrônico por habitante, o equivalente a meio quilo por ano. E as regiões Sul e Sudes t e são responsávei s por aproximadamente 67% desse lixo, como apontou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em 2012.
Todavia, o grande problema é que a maior parte desses resíduos ainda não possui destinação adequada, seja porque realmente não há locais específicos para a coleta, seja por falta de divulgação ou campanhas de conscientização.
Não obstante, a estudante Mariana Santos Soares, passou a adotar alguns mecanismos sustentáveis no descarte do material eletrônico. “O celular eu retiro a bateria, e descarto em estabelecimentos que possua aqueles coletores de pilha e bateria, e a carcaça jogo no lixo de casa. O computador costumo vender para a lan house” declarou Mariana. Já o estagiário Wesley dos Santos diz doar os aparelhos que ainda funcionam em quanto aos que estão quebrados, afirma jogar no lixo comum, mesmo tendo conhecimento de que não é a opção mais correta de descarte. “Utilizo esta maneira porque não conheço locais de coleta”, enfatizou Santos.
Para o mestre em Engenharia Elétrica e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Bruno Luis
Soares de Lima, o material eletrônico deve passar por um processo cuidadoso de separação de seus componentes, visto que, alguns desses elementos podem ser reciclados. Além disso destacou a importância do papel das empresas nesse processo. “O correto seria o fabricante se responsabilizar pelo descarte” salientou Soares de Lima.

LIXO ELETRÔNICO: DO LIXO COMUM AO DESTINO CERTO



Entenda porque o Brasil, campeão em lixo eletrônico, deve se preocupar com a destinação dos eletroeletrônicos obsoletos.


O perigo do lixo eletrônico
O professor da Faculdade de Educação e do Programa de Pós Graduação em Ciência Ambiental (PROCAM/IEE) da Universidade de São Paulo (USP), Pedro Roberto Jacobi discorre que o descarte correto demanda tanto estrutura física quanto logística de apoio, e alerta para os riscos provenientes do descarte inadequado dos resíduos eletrônicos. “Esses equipamentos contêm centenas de diferentes materiais – um celular tem de 500 a um mil componentes diferentes. Na composição de muitos deles há metais pesados, como mercúrio, cádmio e chumbo, que podem poluir o ambiente e prejudicar a saúde das pessoas” completou Jacobi.
No tocante à questão ambiental, Soares de Lima destacou que equipamentos eletrônicos, quando em contato com a água ou outros fluídos, podem contaminar o lençol freático, e no caso das pilhas e baterias, por conta dos eletrólitos, a contaminação também pode afetar o solo.



Efeitos à saúde
Mercúrio
Deteriora o sistema nervoso, causa perturbações motoras e sensitivas, tremores e demência.
Chumbo
Causa alterações genéticas, ataca o sistema nervoso, a medula óssea e os rins, além de causar câncer.
Cádmio
Câncer de pulmão e de próstata, anemia e osteoporose.
Berílio
Câncer de pulmão.

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