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Reflexão sobre o ritmo funk

Funk: Um ritmo transgressor? 


Por Gui Barreto

E nós podemos escutar melhor. Sim, devemos! Quando falamos em audição, logo pensamos em um dos sentidos humanos que pode levar ao progresso interior, porque somos por dentro o que nos invade de nosso exterior. Não temos o menor interesse em exaltar ou difamar a qualidade das musicas em que o gênero se intitula Funk, pois a consciência de cada um é o mais importante. Porém, o que temos percebido diante das letras tão agressivas de alguns? Seria realmente ‘’especial’’ uma criança de 4 a 8 anos ou qualquer adulto se expressar em passos dançantes que incitam violência e sexualidade desmedida?
Não temos a prepotência em colocar tal ritmo no banco dos réus, mas, não podemos nos fazer cegos diante das ‘’catástrofes’’ que o exagero dessas composições traz em suas melodias tão ‘’ envolventes’’, ou seja, nossos jovens e crianças, pelo fato de serem cidadãos em construção de caráter, não deveriam ceder com facilidade as influencias quase que ‘’destrutivas e nojentas de algumas letras’’, pois isso, certamente as influenciará, justamente por estarem em crescimento e desenvolvimento mental e intelectual, e, porque não dizer cultural?
É inquestionável a ideia de que algumas dessas musicas apelam assustadoramente para as questões sexuais, violentas e gananciosas, e claro, isso leva nossos pequenos seres a sentirem-se poderosos o suficiente para alcançarem a totalidade de seus prazeres, muitos, ou a maioria deles, incentivados pelas canções com ‘’ritmo’’ pretensioso demais para chamar de musicas aplaudíveis.  Sabemos que o Funk se originou nos Estados Unidos na segunda metade da década de 1960, mas, parece que suas reais características, como mostrarem musicas mais ritmadas e com embalos mais dançantes, não permaneceram intactas em sua essência ‘’oficial’’, principalmente quando tal ritmo propõe a abertura de caminhos para o incentivo do tráfico, da violação dos direitos sociais e da vida humana.

No entanto, diante dessa realidade musical, assim agradável quando não é ofensivo, o que podemos fazer é ouvir em vez de escutar, isto é, atentarmos mais para o que realmente é agressivo diante das letras despejadas tão naturalmente sobre nós, porque depois pode ser tarde demais para entendermos as intenções de alguém cujo ouvido esteve à beira do abismo entre a pouca vergonha e o livre arbítrio social de idolatrarem o que deveria ser ‘’obsoleto’’.

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