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Por Vander Felipe

A passagem de Seedorf no futebol brasileiro deixou uma marca muito importante. O ídolo do Milan deixou claro que não veio ao país para passar férias, como muitos jogadores fazem quando vêm do Velho Continente para cá apenas para ganhar alguns trocados e encerrar a carreira.
Consagrado, Seedorf somou ao Botafogo com sua disciplina rígida e um pragmatismo nunca visto antes no país pentacampeão do mundo, pois quem não se lembra da imagem de Seedorf treinando com a luz apagada no estádio do Canindé após jogar 90 minutos contra a Portuguesa? Isso era comum ao holandês no futebol europeu, mas para nós isso nunca aconteceu.
Aos 39 anos de idade, o agora ex-jogador e técnico do Milan, fez o maior número de partidas da sua carreira em uma temporada: 67 no total. Para ele, um absurdo, pois fazia em média 50 jogos por ano na Europa. E ainda há quem diga que Seedorf jogou pouco, acredita? É comum um atleta jogar 70, 74 partidas por ano em nosso país.
O ex-camisa 10 do Fogão deu bronca em garotos quando foi preciso e mostrou como se lidera um time de futebol. Em diversos momentos conturbados, Seedorf bateu no peito e chamou pra si a responsabilidade, o que fez com que os holofotes saíssem de jogadores menos badalados.
Outra lição que o holandês deixou para o futebol brasileiro foi em relação às concentrações, que já fazem parte da cultura do nosso futebol há anos. Quando o Botafogo atrasou os salários dos atletas em um determinado momento da campanha no Brasileirão, Seedorf decidiu se reunir com o grupo e acabar com a concentração pré-jogo em partidas disputadas como mandante. Deu certo! Não houve nenhum problema disciplinar nesse sentido e ficou claro que concentração não é importante, além de mostrar que é possível adaptar os jogadores de futebol no Brasil a esse tipo de pensamento. Atleta não pode ser tratado como criança.
Por fim, Seedorf colaborou para a idealização do Bom Senso F.C., movimento organizado pelos atletas de futebol que tem como objetivo reivindicar melhorias no futebol brasileiro, por exemplo, adequação do calendário com menos jogos para os grandes e mais partidas para as equipes pequenas, fair-play financeiro nos clubes, etc. Ponto positivo para o atual treinador do Milan, que deixou um legado importantíssimo para o futebol brasileiro. Uma pena para nós que somos apaixonados por futebol, pois temos que lidar com a triste realidade de que “o Brasil está longe do mundo” como disse Seedorf antes de embarcar à Milão.
Eu fico feliz por ter no meu currículo entrevistado, mesmo que por uma vez, um atleta desse patamar.





As lições que um holandês deixou para o país do futebol

Por Vander Felipe

A passagem de Seedorf no futebol brasileiro deixou uma marca muito importante. O ídolo do Milan deixou claro que não veio ao país para passar férias, como muitos jogadores fazem quando vêm do Velho Continente para cá apenas para ganhar alguns trocados e encerrar a carreira.
Consagrado, Seedorf somou ao Botafogo com sua disciplina rígida e um pragmatismo nunca visto antes no país pentacampeão do mundo, pois quem não se lembra da imagem de Seedorf treinando com a luz apagada no estádio do Canindé após jogar 90 minutos contra a Portuguesa? Isso era comum ao holandês no futebol europeu, mas para nós isso nunca aconteceu.
Aos 39 anos de idade, o agora ex-jogador e técnico do Milan, fez o maior número de partidas da sua carreira em uma temporada: 67 no total. Para ele, um absurdo, pois fazia em média 50 jogos por ano na Europa. E ainda há quem diga que Seedorf jogou pouco, acredita? É comum um atleta jogar 70, 74 partidas por ano em nosso país.
O ex-camisa 10 do Fogão deu bronca em garotos quando foi preciso e mostrou como se lidera um time de futebol. Em diversos momentos conturbados, Seedorf bateu no peito e chamou pra si a responsabilidade, o que fez com que os holofotes saíssem de jogadores menos badalados.
Outra lição que o holandês deixou para o futebol brasileiro foi em relação às concentrações, que já fazem parte da cultura do nosso futebol há anos. Quando o Botafogo atrasou os salários dos atletas em um determinado momento da campanha no Brasileirão, Seedorf decidiu se reunir com o grupo e acabar com a concentração pré-jogo em partidas disputadas como mandante. Deu certo! Não houve nenhum problema disciplinar nesse sentido e ficou claro que concentração não é importante, além de mostrar que é possível adaptar os jogadores de futebol no Brasil a esse tipo de pensamento. Atleta não pode ser tratado como criança.
Por fim, Seedorf colaborou para a idealização do Bom Senso F.C., movimento organizado pelos atletas de futebol que tem como objetivo reivindicar melhorias no futebol brasileiro, por exemplo, adequação do calendário com menos jogos para os grandes e mais partidas para as equipes pequenas, fair-play financeiro nos clubes, etc. Ponto positivo para o atual treinador do Milan, que deixou um legado importantíssimo para o futebol brasileiro. Uma pena para nós que somos apaixonados por futebol, pois temos que lidar com a triste realidade de que “o Brasil está longe do mundo” como disse Seedorf antes de embarcar à Milão.
Eu fico feliz por ter no meu currículo entrevistado, mesmo que por uma vez, um atleta desse patamar.





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