MAC RECEBE EXPOSIÇÃO DE DI CAVALCANTI
Exposição na nova sede do MAC revela lado humanista de Emiliano Di Cavalcanti
Por Rosângela Martins
O Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) está em exibição entre os dias 6 de abril e 27 de outubro a exposição “Di Humanista”, com 67 obras do pintor Emiliano Di Cavalcanti. Conhecido por seu estilo diversificado e forma única como percebia e interpretava a realidade social
do país, Di Cavalcanti retratava as pessoas humildes, pescadores, homens e mulheres com suas peculiaridades, enfim, a sociedade brasileira. Segundo a professora da rede municipal e estadual de São Paulo e especialista em Artes Plásticas, Nilma Aparecida Callegari, Di Cavalcanti foi uma pessoa central no movimento Modernista e sua obra teve grande contribuição para a formação da identidade brasileira. “Quando Di Cavalcanti retratava a sociedade e o povo brasileiro com toda a sua sensualidade e realidade, registrava uma história e um momento, desse modo, não dá para medir o tamanho, porém sua dimensão é grandiosa”, completa.
Com a palavra a curadora A professora e doutora em Artes Interdisciplinares da Universidade de São Paulo (USP) e curadora da exposição “Di Humanista”, Katia Canton Monteiro, em entrevista por e-mail, revelou os detalhes da exposição, das telas e da influência de Di Cavalcanti na identidade do povo brasileiro. Como está sendo ser curadora da obra de Di Cavalcanti? Como ocorreu a escolha? Katia Canton - É um grande prazer ser curadora da obra de um dos maiores artistas do modernismo brasileiro. Escolhemos sua exposição pelo fato de o MAC-USP ter um dos maiores acervos da obra do artista, com cerca de 500 obras (principalmente, desenhos). Fale um pouco sobre as obras de Di Cavalcanti. Katia Canton - As obras de Di seguiam estilos e técnicas variadas, mas todas seguiam a intensidade de seu criador. Do seu ponto de vista, o quê e quanto a obra de Di Cavalcanti contribuiu para a formação da identidade da sociedade brasileira? Katia Canton - Di Cavalcanti nos deixou muito mais do que um legado histórico: ele personificou um projeto ético-estético próprio. Esse grande homem incorporou o amor às pessoas, o pensamento social, a obra que denuncia ao mesmo tempo em que é carregado de carinho e compaixão, o encantamento pela figura feminina, a erudição e o respeito pela gente simples, os muitos amigos, as muitas viagens, as discussões nas mesas de bar, a boemia, a intensidade de uma vida que se expõe a todo o momento, nas obras, nas relações humanas, na amorosidade, no humor, no corpo.
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