Trio brasileiro passou no vestibular para a Copa do Mundo 2014
Então vamos tratar de um assunto delicado e polemico: a arbitragem brasileira. A vida de quem trabalha como apitador não é fácil. Além de ter uma profissão, a pessoa que tem o desejo de ser árbitro passa por testes rigorosos, precisa cuidar do físico, estudar (muito), ser apaixonado pelo futebol, enfim, ter uma infinidade de qualidades que podem ser derrubadas por apenas um erro, fatal ou não, mas que seja necessário para prejudicar um time no campeonato. Domar jogadores de alto nível, profissionais que treinam a semana toda, são bem remunerados, lidar com a pressão de dirigentes, torcedores e imprensa é necessário muito preparo e dedicação.
Na elite do futebol brasileiro temos poucos árbitros de qualidade. Dá pra contar nos dedos (de uma mão só) aqueles que quando escalados para um jogo decisivo não gera desconfiança por parte dos times ou dos torcedores. Mas não vem ao caso dissertar sobre os motivos de lá ou de cá. Tampouco, quero discutir sobre os já conhecidos problemas da arbitragem brasileira.
Para ser mais objetivo, quero aproveitar esse espaço para escrever sobre o trabalho de Sandro Meira Ricci, árbitro do Distrito Federal que apitou a final do mundial de clubes da FIFA, no Marrocos, no último dia 21 de dezembro de 2013, auxiliado por Emerson Augusto de Carvalho e Marcelo Van Gasse. Trio brasileiro que entrou para a história como o primeiro a representar o Brasil na decisão de um dos principais e mais aguardados torneios de todos os anos. Nos mundiais reconhecidos pela FIFA – 2000, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013 – nunca um árbitro brasileiro teve essa oportunidade que esse trio teve. E souberam aproveitar. Carlos Eugênio Simon chegou a participar de algumas edições de mundiais, mas não teve a honra de apitar a decisão. Qualidade para tal Simon sempre teve, por isso representou a arbitragem nacional em três Copas do Mundo, 2002, 2006 e 2010, mas não apitou o mundial pelo fato de sempre ter um time brasileiro ou sul-americano na decisão. Ou seja, além de toda competência que o árbitro precisa ter para exercer sua atividade, ele ainda precisa contar com a sorte.
Sandro Meira Ricci fez o que se espera de um bom apitador. Deixar o jogo correr. Não marcar qualquer toque entre os jogadores. Não quis “mostrar serviço”, aparecendo mais do que as estrelas que já estão em campo. De um bom árbitro se espera “apenas” o simples, isto é, cumprir a regra do jogo com o uso do bom senso também. E eles fizeram isso.
No primeiro gol do Bayern foi um grande teste Emerson Augusto de Carvalho, pois o zagueiro Dante soube tirar proveito da regra de impedimento – na minha opinião, uma das regras mais inteligentes do futebol – e anotou o gol bem validado pelo árbitro assistente.
Durante os últimos anos, esse trio que apitou a final do Mundial de Clubes foi testado em vários torneios FIFA e souberam aproveitar as oportunidades. Diante disso, acredito que estaremos bem representados na Copa do Mundo 2014.
Por fim, explico o porquê de escrever sobre a arbitragem do mundial de clubes dentre tantos assuntos mais relevantes. Pois, comumente, criticamos muito quando eles erram. Nada mais justo do que elogiar e parabenizar quem nos representou bem.
Vander Felipe locutor esportivo da rádio Trianon Masp |
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